A propósito do início oficial da nova temporada desportiva, o Gabinete de Comunicação da Autarquia de Vila Franca do Campo dá a conhecer o aindo curto, mas já recheado trajeto de Matilde Moniz Róias, uma jovem ponta garcense de 12 anos de idade, que sonha singrar no mundo do futebol.
O mais recente motivo de orgulho para a pequena Matilde aconteceu no passado mês de julho (entre 16 e 21) quando representou o Sport Lisboa e Benfica na Gothia Cup, na Suécia, uma das maiores competições internacionais de futebol juvenil, que juntou mais de 1700 equipas de 80 países diferentes.
O convite do Benfica surgiu, mas a participação de Matilde acarretou custos para os quais teve de contribuir, então começou a poupar o dinheiro que lhe foi oferecido, por exemplo, pelo Natal, na comunhão solene e até pelo seu 12º aniversário. Para além disso, vendeu rifas e calendários e recebeu apoio da própria Escola de Futebol do Benfica e da sua “madrinha para o futebol”, a amiga Tânia Margarido.
Para além disso, teve de se esforçar também nos estudos, onde é aluna exemplar com notas entre os quatro e os cinco valores.
Matilde conseguir garantir a sua participação no torneio e o treinador fez dela capitã de equipa, numa competição “com muita gente e que exige muita responsabilidade”, conta, lembrando que dormia numa escola em Gotemburgo e ía aos jogos de autocarro, percorrendo uma distância mais ou menos semelhante a uma viagem de Ponta Garça a Ponta Delgada. “O autocarro ia sempre cheio e íamos sempre a celebrar a cantar”, recorda.
Na prova, participou em 5 jogos com balanço positivo, venceu 3, empatou 1 e perdeu apenas nos oitavos de final com a equipa a terminar em 10º lugar de um total de 48 participantes do seu escalão etário.
Matilde explicou que marcou um golo, mas que a sua função é “mais de ajudar e jogar para o coletivo”.
Um momento marcante para a pequena futebolista aconteceu quando, após um dos jogos que realizou, a equipa adversária ter sido eliminada e algumas meninas suecas começaram a chorar. “Então, como forma de fair play fomos lá animá-las e no nosso jogo do dia seguinte foram apoiar-nos vestidas a rigor com as cores de Portugal”, revela.
Depois de terem sido eliminadas as atletas do Benfica ficaram em Gotemburgo até ao final do torneio e puderam ir ao parque de diversões.
“Os treinadores ficaram orgulhosos da nossa prestação, ali joga-se a um nível diferente e ficaram satisfeitos com o nosso comportamento dentro e fora do campo”, frisa.
Da Suécia, guarda na memória a simpatia das pessoas, as surpreendentemente longas ciclovias e a altura das jogadoras suecas da sua idade.
Na época que agora vai começar, Matilde vai continuar na Escola de Futebol do Benfica – Açores, a jogar numa equipa mista, com o objetivo de um dia chegar à principal equipa de futebol feminino do clube e o sonho de ser campeão da Europa com a camisola das quinas.
Se não conseguir chegar a futebolista profissional, Matilde quer se professora de Educação Física.
Para além do futebol, Matilde Roías também já participa ativamente na comunidade pontagarcense, fazendo parte da Associação Unojovens, inserida no grupo de dança, desde os 6 anos de idade, e é acólita, auxiliando nas missas na Igreja da Nossa Senhora da Piedade.
GCCMVFC
(nas fotos, Matilde com 4 dos seus 7 irmãos e com a equipa do Benfica na Gothia Cup)